PER VIAM
(A propósito)
Sempre, e no caso do Condado Portucalense, desde Vímara Peres que se sentiu necessidade de organizar a defesa do território
Após um combate ou um avanço das tropas Reais/Senhoriais ou das Ordens Militares pelos territórios do Sul (fronteira com muçulmanos) ou a Leste (terras de Leão ou Castela) havia necessidade de construir ou reparar castelos, muralhas, fortalezas...
Foi assim que, ao longo da fronteira Leste, se ergueram centenas de fortes, fortins, atalaias, castelos para assegurar a defesa e o povoamento das terras,
Desde o Rio Minho (a Norte), entre o Rio Douro e Tejo (nas Beiras), entre o Tejo e o Guadiana (no Alentejo) e ao longo do Guadiana até Castro Marim (Algarve).
O mesmo foi acontecendo ao longo da Costa Sul (Algarve) e na costa Ocidental entre o Cabo de São Vicente e Caminha.
Foi assim ao longo da linha do Mondego, (Lousã, Penela, Coimbra, Soure, Montemor-o-Velho, Pombal, Buarcos)
e ao longo da linha do Tejo (Castelo Branco, Zêzere, Amieira, Tomar, Abrantes, Torres Novas, Almourol, Belver, Santarém, Lisboa, Sintra, Almada, Palmela)
Portugal será de todos os reinos europeus o que mais fortalezas ergueu nas suas fronteiras
Arquitectura Militar Beira Alta e Beira Baixa
“Livro das fortalezas situadas no extremo de Portugal e Castela por Duarte de Armas,
escudeiro da Casa do rei D. Manuel I”
Fronteira de Portugal Fortificada
Brás Pereira - Séc. XVII
Portugal - Mapa das Fortalezas Fronteiriças debuxado por Brás Pereira em 1642
FORTALEZAS DA RAIA TEJO - DOURO
Pormenor do mapa debuxado por Brás Pereira
Lista de Fortalezas (25) da raia Tejo / Douro segundo debuxo de Brás Pereira (1642)
Aguarelas de Brás Pereira -1642-
Cópia de aguarelas sobre o Livro das Fortalezas de Duarte de Armas,
manuscrito mandado debuxar por D. Manuel I entre 1509 e 1510
Este Blog faz o levantamento das Fortalezas Raianas entre o Rio Tejo e o Rio Douro
Beira Alta e Beira Baixa frente ao Reino de Leão e Estremadura (Espanha)
Distritos de Castelo Branco e Guarda - fronteira com Mérida e Salamanca
Pormenor ou pormaior
Na fronteira entre o Tejo e o Douro (Beira Baixa e Beira Alta) com o Reino de Leão e Extremadura (Província de Mérida e Salamanca), Brás Pereira, no mapa das Fortalezas Fronteiriças, localiza 26 fortalezas tendo debuxado 5 da Beira Alta e 12 da Beira Baixa:
Castelo Branco *, Monforte, Rosmaninhal(?), Segura *, Salvaterra *, Idanha-a-Velha *, Idanha-a-Nova. Penha Garcia *, Proença, Medelim, Monsanto, Penamacor *, Sabugal *, Guarda, Alfaiates, Nave da Beira, Vilar Maior *, Castelo Mendo *, Castelo Bom *, Almeida *, Escarigo, Castelo Rodrigo *, Almendra, Vila Nova de Foz Côa.
Com asterisco vão assinaladas as que debuxou
Beira Interior Raiana - Distrito da Guarda
Fortalezas a fazer fronteira com o Reino de Leão (Salamanca)
Debuxadas 4 fortalezas: Almeida, Castelo Bom, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo
(Al Mêda ou Almeidan do tempo muçulmano) (Almeyda período medieval)
"Almeida", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Almeida, Guarda, com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
"Castelo Mendo", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Castelo Mendo, Almeida com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510),
de Duarte d’Armas.
"Castelo Bom", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Castelo Bom, Almeida, com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
"Castelo Rodrigo", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Castelo Rodrigo, Guarda, com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
PER VIAM (2)
(A propósito)
À esquerda Brasão de Castelo Rodrigo desenho de Ignácio Vilhena Barbosa, 1860;
Este brasão é uma peça heráldica única em Portugal. pois apresenta o escudo e as armas de Portugal invertidas.
Em termos heráldicos, este tipo de brasão é designado como "difamado", sendo este um dos raros exemplos no mundo e, por isso, frequentemente referido em obras sobre heráldica.
Foi-lhe atribuído pelo Rei D. João I como represália, pois os senhores de Castelo Rodrigo tinham tomado o partido por Castela na crise de 1383-1385 e impediram a entrada das tropas reais quando estas iam a caminho de Chaves
À direita Brasão actual de Castelo Rodrigo
Escudo de prata, castelo de negro lavrado de prata, aberto e iluminado de ouro; acantonados em chefe, dois abrolhos de vermelho; em campanha, monte de três cômoros de verde, firmado nos flancos. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "CASTELO RODRIGO".
D.R.III Série nº 231, de 04/10/01
À direita Brasão actual de Castelo Rodrigo
Escudo de prata, castelo de negro lavrado de prata, aberto e iluminado de ouro; acantonados em chefe, dois abrolhos de vermelho; em campanha, monte de três cômoros de verde, firmado nos flancos. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: "CASTELO RODRIGO".
D.R.III Série nº 231, de 04/10/01
PER VIAM (3)
(A propósito)
No século XVI um outro filho (?) da terra, Cristóvão de Moura (1538-1613), -- filho de Luís de Moura a quem D. Sebastião fez alcaide de Castelo Rodrigo -- foi bem novo para Madrid tendo-se tornado no conselheiro predilecto de Filipe II de Espanha "o Prudente" (mais tarde Filipe I de Portugal) e sobretudo o grande defensor das pretensões de Filipe II à coroa de Portugal.
A História confirma que jamais um verdadeiro português se torna castelhano ou vice-versa e por isso nada justifica a traição mesmo que alguns lhe chamem diplomacia.
Foi dos principais, se não o mais importante elemento da "Junta de Portugal", criada pelo rei castelhano, sediada em Badajoz com o fim de preparar, organizar e informar o monarca sobre a conquista de Portugal, facto que comprova que a prioridade do rei castelhano para subir ao trono português era a guerra e não a diplomacia, numa altura em que Portugal estava extremamente enfraquecido depois da inqualificável expedição de D. Sebastião ao Norte de África e da estrondosa derrota de Alcácer Quibir.
Foi, pois, dos grandes culpados da perda da independência (a que alguns poucos chamam de União Real) pois não podemos esquecer a invasão de Portugal feito com soldados (?) mercenárias (italianos, alemães, castelhanos, flamengos) comandadas pelo Duque de Alba, começando por atacar e saquear Mourão (29 Junho), Elvas (18 Junho 1580) Vila Viçosa (22 Junho- tropas Sancho de Ávila) ), Setúbal (16 Junho -Duque de Alba + Almirante Marquês de Santa Cruz) , Beja (Agosto de 1580 batalhão invasor comandado por Francisco de Valência) Almada, Cascais, Cerco de Lisboa por terra e rio, Batalha de Alcântara (25 Agosto de 1580),
Após a derrota, D. António retirou para o Norte, mais tarde para França e depois para Inglaterra
E por muito que o temível Duque de Alba tenha decretado, como era hábito nestas circunstâncias, a área de saque por 3 léguas e 3 dias os acontecimentos demonstraram que o próprio Duque perdeu o controlo dessa ordem pois os salteadores / mercenários (sobretudo na área de Lisboa) roubaram por uma área substancialmente maior (7 léguas) e durante mais de 15 dias não se salvando igrejas, conventos e mosteiros.....
e...
enquanto as tropas mercenárias faziam, ilegalmente, as maiores atrocidades, Cristóvão de Moura assediava fidalgos e homens-bons, com promessas de benefícios, privilégios e benfeitorias para aqueles que apoiassem as pretensões políticas de Sua Majestade, Filipe II de quem era amigo e favorito.
e tudo isto ....
enquanto as hostes de Sancho D'Ávila avançavam para Norte, com uma força de mais de 3 mil mercenários de infantaria, cavalaria e artilharia por terras de Leiria, Pombal, Coimbra, Buarcos, Aveiro e finalmente Porto (22 de Outubro). com os consequentes combates envolvidos em saques, pilhagens, roubos e destruições praticados sobre a população de todas aquelas localidades. Muitos foram os oficiais e simples homens do povo sumariamente enforcados e decapitados para exemplo dos que não se entregassem aos invasores,
D. António, "O Determinado", Prior do Crato, neto de D. Manuel, (muitos o consideram o derradeiro príncipe da Casa de Avis) 18º Rei de Portugal (apenas por 2 meses) de 19 de Junho a 25 de Agosto de 1580
O Prior do Crato (aclamado Rei pelo povo, no Castelo de Santarém - muito embora apenas tivesse pedido que fosse aclamado "regedor e defensor do reino") recuou para Coimbra e de seguida para o Porto e Viana do Castelo, depois foi para França e finalmente para Inglaterra, procurando sempre obter apoio para lutar contra Filipe II.
O último reduto a capitular, perante as força invasoras, foi a Ilha Terceira - Açores, perante uma descomunal esquadra castelhana sob o comando de D. Álvaro de Bazãn, em 1583 depois de violentos combates.
(O tio, Cardeal D. Henrique, votava-lhe um ódio declarado pelo facto de D. António não ter seguido a carreira eclesiástica)
Entretanto os Açores, embora dividido, apoiam D. António.
De Lisboa parte uma armada castelhana de 6 navios e 700 homens comandada por D. Pedro de Valdês, rumo a Ponta Delgada. Lança uma operação punitiva sobre a Ilha Terceira e desembarca na Baía de Salga (25 Julho 1581) onde os atacantes foram recebidos com fogo de canhões e varridos por cerca de meio milhar de vacas que os açorianos espantaram para esmagar os invasores.
Entretanto D. António, Prior do Crato, foi apoiado pelos franceses que enviaram para as Ilhas um frota comandada por por Galceran Fenollet com mais 12 navios e 2.200 homens no sentido de combaterem os invasores.
A incorporação dos Açores na monarquia filipina não estava a ser nada fácil.
Filipe II, envia nova frota com cerca de 60 navios comandados pelo Marquês de Santa Cruz e saíram vitorioso em Ponta Delgada
Entretanto, Cristóvão de Moura, fazia por esquecer e esconder tantos crimes de guerra no sentido de legitimar o amigo castelhano. comprando favores de vereadores e aliciando (com o "Prudente" ) muitos nobres portugueses, de modo a votarem favoravelmente as pretensões do monarca usurpador em próximas cortes, como veio a acontecer nas Cortes de Tomar de 1583
... e foi bem pago....
... elevado à categoria de Conde e recebeu Castelo Rodrigo como condado... mais tarde (Filipe III) o novo condado subiu à categoria de marquesado para ele receber e usar o título de Marquês, Marquês de Castelo Rodrigo... coisa rara e inédita para uma povoação que sempre foi Concelho e tinha um dos forais mais antigos de Portugal:
Primeiro foral outorgado por Afonso IX de Leão, confirmado em 1296 por D. Dinis a seguir ao Tratado de Alcanizes e finalmente Foral Novo - Manuelino em 1508
Castelo Rodrigo - Foral Manuelino 1508
A 1 de Dezembro de 1640, o povo português e 40 ilustres conjurados (Cristóvão de Moura já tinha dado a alma ao criador +1613), Portugal libertou-se do jugo castelhano.
Dez dias depois Castelo Rodrigo ainda continuava fiel a Filipe III e o povo de Castelo Rodrigo revoltado atacou e tomou o Palácio do Marquês (pago com os impostos lançados pelo Conde / Marquês sobre o povo de Castelo Rodrigo) incendiou-o e destruiu-o completamente..
Lado errado de Castelo Rodrigo perante a História
1383-1385 - Defende as pretensões de D. Beatriz ao trono e impede a passagem dos homens de D. João, o Mestre de Avia, quando ia a caminho de Chaves
1580 - como acima está descrito
1762 - Pacto de Família - Guerra Fantástica - Guerra de Mirandu (Guerra dos Sete Anos)
Também nesta altura Castelo Rodrigo ficou posicionado do lado errado
Quando o exército franco-espanhol invadiu pela segunda vez Portugal e conquistou as praças fortes das Beiras: Castelo.Branco, Almeida e Castelo Rodrigo entre outras, valeu-nos o Conde de Lippe e neste particular o General George Townshend que com as milícias lusitanas atacou e produziu humilhantes derrotas às forças invasoras (franco-castelhanas), não propriamente em batalha campal, mas em repetidas acções de guerrilha
1763
- Tratado de Paz de Paris pelo qual a Espanha restitui a Portugal as Praças de
Chaves, Almeida e Castelo Rodrigo, ratificado por D. José I de Portugal.
PORTUGAL NÃO PAGA A TRAIDORES
Beira Baixa
Fortalezas a fazer fronteira com a Estremadura (Cáceres)
Debuxadas 9 fortalezas: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha, Monsanto, Penamacor, Penha Garcia, Sabugal, Salvaterra do Extremo, Segura e Vilar Maior
(castelo de segunda linha)
"Castelo Branco", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Castelo Branco com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
"Idanha-a-Nova", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Idanha-a-Nova com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas
Torre de Menagem - TORRE DOS TEMPLÁRIOS
Torre de menagem, construída em 1245 sobre os restos de um templo romano.
Idanha-a-Velha - Muralhas
Idanha-a-Velha, antiga Egitânia, foi conquistada por D. Afonso Henriques. estabelecendo aqui a fronteira entre o Reino de Leão e o Califado Almôada.
Para vigiá-la e defendê-la, os domínios de Idanha-a-Velha e Monsanto foram doados aos cavaleiros da Ordem do Templo, com o encargo de os repovoar e defender:
Carta de doação - Novembro de 1165
"Afonso, notável rei dos Portugueses [‘Portugalensis Rex’], filho de Henrique e da Rainha D. Teresa e neto do grande e ilustríssimo Imperador de Espanha, por nós ao mestre Galdino [Gualdim] e a todos os Irmãos da Ordem dos Templários que estão no meu reino, faço uma vasta e fortíssima doação da região da Idanha [-a-Velha] e de Monsanto com os limites: Seguindo o curso da água do rio Erges e entre o meu reino e o de 'Legiones' até entrar no [rio] Tejo e da outra parte seguindo o curso da água do [rio] Zêzere que igualmente entra no Tejo (...)." (Carta de Doação de Idanha-a-Velha e Monsanto, 30 de Novembro de 1165)
FORAIS de Idanha-a-Velha
.Sancho II de Portugal outorgou foral à povoação em 1229
.Manuel I de Portugal concedeu o Foral Novo à vila em 1510.
Datará deste período a renovação das muralhas e a construção do pelourinho.
No século XIX (1879) o antigo município de Idanha-a-Velha foi declarado extinto e passou a ser uma freguesia do concelho de Idanha-a-Nova.
"Monsanto -Idanha-a-Nova", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Monsanto com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas
"Penamacor", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
"Penha Garcia - Idanha-a-Nova", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Penha Garcia com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas
Castelo das Cinco Quinas -Planalto da Serra da Malcata- território de Riba-Côa
Foral outorgado por D. Dinis em 1296 no ano anterior ao Tratado de Alcanizes
Foral Novo (D. Manuel) de 1 de Junho de 1515
(A partir daqui, D. Dinis mandou reedificar o Castelo de Alfaiates, o Castelo de Almeida, o Castelo Bom, o Castelo Melhor, o Castelo Mendo, o Castelo Rodrigo, o Castelo de Pinhel, o Castelo do Sabugal e o Castelo de Vilar Maior.)
"Sabugal", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista do Sabugal com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
Duarte de Armas debuxou 2 vistas: Norte e Leste.Milagre das Rosas
Reza a tradição que foi no largo deste castelo que ocorreu o famoso milagre das rosas tendo como protagonistas o rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel.
"Salvaterra do Extremo - Idanha-a-Nova", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Salvaterra do Extremo com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas (à direita da bravura Duarte d´Armas desenhou o castelo de Peñafiel, Espanha)
"Castelo de Salvaterra do Extremo" localiza-se na vila e freguesia de mesmo nome, concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, em Portugal.
Salvaterra do Extremo - planta do Castelo
Castelo raiano na Beira Baixa, fez parte, com o Castelo de Penha Garcia, de um grupo de castelos erguidos para vigilância e defesa da margem direita do rio Erges (ou Elgas), primeiro afluente da margem direita do rio Tejo em território português. No alto de um monte cortado a norte e a leste por penhascos que se constituem em defesa natural, confrontava, na margem esquerda do rio, com o Castelo de Peñafiel, no município de Zarza la Mayor, em território de Espanha, que tinha a mesma função.
O castelo apresenta planta ovalada, com dupla muralha, a exterior protegida por cubelos retangulares ou semicirculares, rasgados por seteiras cruciformes, tendo uma porta em cotovelo. A torre de menagem apresenta planta quadrangular, junto à qual se abre a cisterna. A povoação desenvolve-se extra-muros.
Afonso Henriques doou Salvaterra à Ordem de Calatrava (mais tarde Ordem de Avis)
D. Sancho II, em 1229 outorgou-lhe Foral.
Para sua defesa e povoamento passou para a posse dos Cavaleiros Templários.
Portugal tomou posse definitiva destas terras com a assinatura do Tratado de Alcanizes em 1297
A partir de 1578 passou a chamar-se Salvaterra da Beira
Salvaterra do Extremo - Castelo - ruínas séc. XXI
"Segura - Idanha-a-Nova", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Segura com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas
"Vilar Maior", Portugal. Desenho aguarelado, Brás Pereira, 1642.
Vista de Vilar Maior, Sabugal, com base no "Livro das Fortalezas" (c. 1509-1510), de Duarte d’Armas.
Livro das Fortalezas é um manuscrito quinhentista de autoria de Duarte de Armas, executado entre 1509-1510 por iniciativa de D. Manuel I de Portugal. A obra contém desenhos de 56 castelos fronteiriços do reino de Portugal, que foram pessoalmente visitados pelo autor para o propósito.
Livro das Fortalezas é um manuscrito quinhentista de autoria de Duarte de Armas, executado entre 1509-1510 por iniciativa de D. Manuel I de Portugal. A obra contém desenhos de 56 castelos fronteiriços do reino de Portugal, que foram pessoalmente visitados pelo autor para o propósito.
Um livro verdadeiramente sui generis, com poucos paralelos a nível internacional, é uma valiosa fonte para o estudo da cartografia e arquitectura militar do reino de Portugal.
D. Manuel I (1495-1521) realizou vasta obra para centralizar e modernizar o governo de Portugal.
Entre as mais importantes reformas, destacam-se as Ordenações Manuelinas e a chamada Leitura Nova, a reforma dos forais que resultou em 596 novos forais em todo o reino.
Noutro campo, o monarca decretou a execução do Livro do Armeiro-Mor, da Sala de Sintra e do Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas, para regulamentar o uso de armas heráldicas no reino e tornar manifesta a vontade do soberano como fonte da honra.
O Livro das Fortalezas insere-se nesta corrente centralizadora e reformadora. O monarca incumbiu Duarte de Armas, escudeiro da Casa Real, de vistoriar as fortificações da raia com Leão-Castela, desejando inteirar-se do estado de conservação das mesmas.
Duarte de Armas, acompanhado de um criado a pé, percorreu a cavalo a maioria das povoações acasteladas da fronteira, elaborando esboços em papel (debuxos) com as suas panorâmicas (ao menos duas por povoação, de diferentes direcções) e as plantas dos respectivos castelos, nelas indicando os trechos mais arruinados, onde obras se faziam mais necessárias.
A pesquisa contemporânea aponta o início da Primavera de 1509 como a data de início da viagem de trabalho em Castro Marim, até à sua conclusão, sete meses mais tarde, em Setembro, em Caminha. Foram visitadas nesse percurso 56 povoações/castelos.
No regresso a Lisboa, foram visitadas ainda Barcelos e Sintra. Tendo coligido o material, o autor organizou um códice de dois volumes, concluídos em Março de 1510.
No século XIII e já depois do Tratado de Alcanizes, o Rei Dom Dinis foi o grande construtor e restaurador de Castelos fronteiriços e não só.
Curiosamente na Beira Baixa e, mais a Sul, até Castelo de Vide, a acção de D. Dinis, neste campo, foi reduzida ao contrário do que aconteceu de Marvão até Castro Marim.
Historiadores justificam o facto pela muita confiança que o Rei tinha na Ordem dos Templários a quem foram doadas a maioria de terras e castelos desta região.
No século XIII e já depois do Tratado de Alcanizes, o Rei Dom Dinis foi o grande construtor e restaurador de Castelos fronteiriços e não só.
Curiosamente na Beira Baixa e, mais a Sul, até Castelo de Vide, a acção de D. Dinis, neste campo, foi reduzida ao contrário do que aconteceu de Marvão até Castro Marim.
Historiadores justificam o facto pela muita confiança que o Rei tinha na Ordem dos Templários a quem foram doadas a maioria de terras e castelos desta região.